A requalificação do Largo da Independência, recentemente apresentada como um marco de modernização urbana em Luanda, está a ser reivindicada um grupo de estudantes do Instituto Médio Alda Lara que afirma ter sido pioneiro na proposta de introdução de sistemas fotovoltaicos naquele espaço histórico. Segundo os estudantes, a ideia terá sido reaproveitada sem o devido reconhecimento público.
O trabalho académico remonta ao ano lectivo 2023/2024, quando os estudantes se dedicaram durante meses à criação de um modelo de requalificação que incluía painéis solares como fonte alternativa de energia em caso de falhas da rede pública. A pesquisa envolveu cálculos, estudos de impacto e demonstrações técnicas que lhes valeram prémios em feiras tecnológicas e a atenção de quadros séniores ligados à engenharia e à energia.
No ano seguinte, com o apoio de formações promovidas pela petrolífera Etu Energias, o grupo aprimorou o conceito inicial. Desta vez, o projeto incluiu um quadro de inversão de rede para combinar electricidade industrial e energia solar, além da introdução de um sistema de semáforos automatizados que aumentava a segurança e a fluidez no Largo. As melhorias tornaram o modelo mais próximo de uma solução aplicável no terreno.
A reivindicação surge porque a versão final da requalificação do Largo da Independência apresenta elementos semelhantes aos desenvolvidos pelos alunos. Embora reconheçam que o engenheiro García Nzinga Tomás foi fundamental ao dar os primeiros passos para concretizar o projeto, os estudantes afirmam que a ideia original nasceu dentro da sala de aulas, foi consolidada durante o processo formativo e deveria ser mencionada enquanto contributo académico.
Para os alunos, mais do que protagonismo, o que está em causa é o reconhecimento de que jovens em formação podem influenciar políticas públicas e projetos de impacto real, desde que lhes seja concedido o espaço para assinar o que constroem.
