Arrancou o julgamento dos generais Kopelipa e Dino, acusados de desviar mais de mil milhões de dólares do Estado angolano em conluio com empresas chinesas. O mais curioso é que o nome mais citado no processo é o do ex-vice-presidente Manuel Vicente, que nem réu é.
Segundo a acusação, os generais, em parceria com a China International Found (CIF) e outras empresas, teriam desviado recursos públicos sob o pretexto de financiar projectos de construção de infra-estruturas. Contudo, parte do dinheiro foi alegadamente desviado para contas chinesas e para a compra de barris de petróleo, cujo paradeiro permanece desconhecido.
O MP sustenta ainda que Manuel Vicente, ex-vice-presidente da República e então PCA da Sonangol, foi uma peça central no esquema, mesmo sem figurar entre os réus. Ele teria facilitado a venda de 22 edifícios ao Estado, garantindo o financiamento da construção com recursos públicos.
Outro ponto-chave da acusação é um empréstimo de 150 milhões de dólares do Estado à CIF, autorizado por Kopelipa em 2008 e nunca devolvido. Além disso, suspeita-se que os generais tenham dividido projectos habitacionais, explorando tanto o sector público quanto o privado, sempre com financiamento estatal.
O julgamento segue sem previsão de encerramento, enquanto o tribunal avalia o impacto da alegada fraude e a possível responsabilização dos envolvidos.
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