A história política do Brasil acaba de ganhar uma marca inédita. O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro foi condenado por tentar dar um golpe de Estado.
Bolsonaro recebeu da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a sentença de 27 anos e três meses de prisão, num julgamento que analisou sua participação na trama que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.
A decisão, por 4 votos a 1, atribui a Bolsonaro cinco crimes graves, entre eles tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa armada. A Procuradoria-Geral da República apontou o ex-presidente como peça central de um núcleo golpista que, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, tentou corroer as bases da democracia brasileira.
Dos 27 anos e três meses, 24 anos e nove meses correspondem a reclusão, pena de regime fechado. Os outros dois anos e meio são de detenção, aplicável a crimes menos graves. Por ultrapassar oito anos no total, o destino imediato de Bolsonaro é a prisão em regime fechado, onde já se encontra preventivamente desde que descumpriu medidas judiciais impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.
A condenação não atingiu apenas o ex-presidente. O julgamento também colocou na mesma linha figuras como Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier, Alexandre Ramagem e Mauro Cid. Todos foram condenados, em maior ou menor grau, pelos mesmos crimes atribuídos ao antigo chefe.
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