A controvérsia política foi desencadeada por uma acção fiscalizadora de deputados da UNITA que, sem aviso prévio, visitaram a Morgue Central de Luanda e outras instituições públicas.
Segundo o ofício 001750/00/A-022/GPAN/25, assinado pela presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, a liderança parlamentar foi instruída a tomar medidas após denúncias sobre a actuação dos deputados. A resposta oficial ainda está por vir, mas a tensão está instalada.
Fontes ligadas à UNITA alegam que o Parlamento está a ser influenciado pelo Executivo, reagindo a críticas feitas pelos deputados da oposição durante a sua visita à morgue. Nessa visita, que teve lugar em Abril no Galo Negro, os parlamentares apresentaram as suas preocupações directamente ao Ministério da Saúde e à delegação do Governo Provincial, face à ausência da ministra do sector.
O objectivo da visita, segundo a UNITA, era alertar para o estado de funcionamento da morgue e propor melhorias. Ainda assim, a direcção da Assembleia Nacional considerou que houve violação das regras regimentais, especialmente no que toca à comunicação prévia de acções fiscalizadoras.
O primeiro-secretário da mesa da Assembleia, Manuel Lopes Dembo, reforçou que todas as deslocações institucionais devem respeitar os procedimentos definidos pela Constituição e pelo Regimento.
Conforme o Parlamento, a fiscalização conduzida pela UNITA violou o artigo 26, nº 4, do Código de Ética, por ausência de aviso prévio.