Portugal voltou às urnas num intervalo inferior a um ano e os resultados do escrutínio de 18 de Maio mexem com a paisagem política nacional. A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, venceu as legislativas antecipadas ao conseguir um total de 89 deputados.
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Luís Montenegro líder da AD |
A Aliança Democrática (AD), coligação entre o Partido Social Democrata e o CDS – Centro Democrático e Social, saiu vitoriosa nas eleições legislativas antecipadas em Portugal, com 32,7% dos votos. Com este resultado, Luís Montenegro mantém-se como primeiro-ministro.
A noite eleitoral ficou marcada pela queda do Partido Socialista (PS), liderado por Pedro Nuno Santos, que, apesar de empatar em número de deputados com o Chega (58 para cada um), obteve menos votos, relegando o PS para a terceira posição. O empate simboliza um ponto de viragem no sistema político português, encerrando o histórico bipolarismo entre PS e PSD.
A taxa de abstenção fixou-se em 37,7%, uma ligeira melhoria em relação às eleições anteriores. Contudo, a participação popular continua aquém do desejado, mesmo num contexto simbólico em que se celebraram 50 anos de voto livre em Portugal.
Luís Montenegro, em declarações após a divulgação dos resultados, sublinhou o compromisso de governar com responsabilidade e dignidade, prometendo cumprir o programa apresentado aos portugueses. Nuno Melo, presidente do CDS e parceiro da AD, destacou a importância da estabilidade para assegurar o progresso do país, lembrando que o governo anterior foi interrompido quando acumulava reconhecimento internacional.
O líder do PS reconheceu a derrota, felicitou Montenegro e descartou qualquer apoio ao novo Governo. A sua saída da liderança parece iminente.
Por sua vez, o Chega, liderado por André Ventura, reforçou a presença parlamentar e celebrou o resultado como histórico. O partido reiterou a necessidade de uma política de imigração mais rígida, defendendo a expulsão de estrangeiros ilegais ou com cadastro criminal.
A posição provocou apreensão entre comunidades migrantes, mas alguns, como Pedro Pambo, jovem angolano, mostram-se resilientes, declarando que não têm medo de ser repatriados. Já a AACPLOP defende a expulsão apenas de quem tenha cometido crimes graves, apelando a políticas de integração mais robustas.
As legislativas de 2025 encerram um ciclo de instabilidade parlamentar. Estas são também as últimas eleições sob o mandato do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, encerrando-se uma era de dissoluções sucessivas. O Parlamento entra agora numa nova configuração, onde os partidos pequenos lutam por relevância e o Juntos Pelo Povo (JPP), da Madeira, conquista o seu primeiro deputado.