Um rastreio de saúde realizado em mais de 800 colaboradores da Sonangol revelou dados preocupantes sobre a saúde cardiovascular dos trabalhadores. A iniciativa visou avaliar a prevalência da hipertensão arterial e dos principais factores de risco associados, tendo-se registado uma média etária de 42 anos entre os participantes.
De acordo com a médica Elizabeth Banzanga, os resultados preliminares mostram que 38% da amostra, equivalente a 460 casos, apresentaram níveis tencionais elevados. O mais alarmante, segundo a especialista, é que 58% dos indivíduos hipertensos desconheciam completamente o seu diagnóstico.
Entre os que já sabiam ser hipertensos, cerca de 80% estavam sob medicação, mas mais de metade não tinha os níveis de tensão arterial sob controlo, o que aponta para falhas no acompanhamento e no cumprimento do tratamento. A médica alertou ainda para o impacto do excesso de peso e da obesidade, factores que apareceram com elevada frequência entre os participantes e que contribuem para o agravamento da hipertensão.
A prevalência da doença numa população laboral jovem evidencia a necessidade urgente de políticas de prevenção, rastreio regular e educação em saúde, sobretudo no contexto corporativo, onde o stress e o sedentarismo são muitas vezes normalizados.