A entrada da artista angolana Eva RapDiva nas listas legislativas do Partido Socialista em Portugal provocou um furacão político. De um lado, André Ventura e os militantes do CHEGA reacenderam o discurso xenófobo, acusando Eva de ser "estrangeira" e, por isso, sem legitimidade para representar os portugueses. Do outro, uma onda de apoio destaca o simbolismo de sua candidatura como um marco de representatividade na política portuguesa.
A polémica ganhou corpo com a circulação de um vídeo antigo onde Eva, em forma de verso, critica a hipocrisia ocidental perante a guerra na Ucrânia. Rapidamente, as declarações foram usadas como arma de ataque por sectores da extrema-direita, que tentam descredibilizar a sua posição.
Eva respondeu sem hesitar: “Sou uma mulher livre, cheia de opiniões e continuarei a ser, agora com outras responsabilidades. A política em Portugal precisa de caras novas, de audácia, e de quem defenda os nossos direitos numa altura que o extremismo e o populismo ameaçam as nossas bases."
A ex-deputada angolana, Tchizé dos Santos, também entrou na arena, acusando Eva de incoerência ideológica por, segundo ela, renegar os versos do passado para se moldar ao discurso do Partido Socialista. Para Tchizé, criticar líderes como Putin e Trump seria um sinal de "imaturidade política".
Entre versos e votos, Eva RapDiva tornou-se o símbolo de uma nova frente de batalha: a luta pela pluralidade na política, onde identidade, arte e convicções se entrelaçam.
Será que Eva RapDiva terá espaço na política portuguesa? Ou Ventura e companhia provarão que o preconceito ainda dita as regras?