O jornalista angolano, Alves Fernandes, questionou, de forma contundente, a ausência de rigor na fiscalização das receitas das igrejas em Angola. Durante a sua intervenção no programa Estado da Nação, o comunicador referiu que existe um tratamento desigual quando se trata de investigar a origem de fundos. Enquanto os partidos políticos e ONGs são rigorosamente fiscalizados, as igrejas movimentam milhões sem qualquer escrutínio real.
“Se é justo suspeitarmos da origem de fundos de partidos políticos, por que somos indiferentes à origem dos fundos das igrejas?”, disparou. Fernandes foi mais longe e colocou um cenário hipotético: “Se uma organização mafiosa doar a uma igreja, o facto de o Estado ser laico faz com que isso se torne indiferente?”
Para o jornalista, o crescimento de igrejas em Angola, muitas delas sem qualquer estrutura sólida ou transparência, representa um perigo institucional maior do que o surgimento de novos partidos políticos.
Alves aponta que há um foco excessivo sobre as organizações não-governamentais e os partidos, mas “nunca vimos os órgãos competentes do Estado a fiscalizarem os financiamentos às igrejas”.