A Polícia Nacional, por meio da Direcção de Investigação e Ilícitos Penais (DIIP), deteve esta semana quatro funcionários da Universidade Gregório Semedo, em Luanda, suspeitos de envolvimento num esquema de cobrança ilícita para emissão de declarações de notas.
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Universidade Gregório Semedo |
De acordo com o Novo Jornal, os detidos, três mulheres e um homem com idades entre os 28 e os 34 anos, cobravam entre 100 mil e 400 mil kwanzas aos estudantes, dependendo da “urgência” ou do curso. As cobranças eram feitas de forma dissimulada, apresentadas como parte de um procedimento interno legítimo da instituição.
“Por via legal, os funcionários cobravam estes valores que variavam de acordo com a classe, no sentido de o processo ser menos demorado, ludibriando a direcção da instituição como se fosse um procedimento legal”, explicou o porta-voz nacional da DIIP, Quintino Ferreira.
Em termos oficiais, uma declaração de notas sem qualquer autenticação custa cerca de 5 mil kwanzas, e com carimbo reconhecido pode chegar a 15 mil. No entanto, a média cobrada pelos funcionários ultrapassava esses valores em múltiplas vezes.
A direcção da Universidade Gregório Semedo terá detectado o esquema no mês de Fevereiro e, após uma auditoria interna, denunciou o caso às autoridades competentes. Foi então montada uma operação que levou à detenção dos envolvidos.
A investigação está em curso e não se descarta o envolvimento de outros funcionários ou até estudantes neste esquema fraudulento.