A Polícia Nacional está a enfrentar uma onda de processos disciplinares que, segundo o comandante-geral Arnaldo Carlos, chegam em grande número ao Comando-Geral todos os meses. O cenário expõe uma realidade preocupante de má conduta entre os efectivos e leva a cúpula da corporação a exigir medidas mais duras.
Durante uma cerimónia realizada em Luanda, o comissário-geral Francisco Ribas da Silva, director da Inspecção-Geral da Polícia, foi contundente ao defender a expulsão de agentes que “ofendem a bandeira e os símbolos do Estado”.
“Há muitos efectivos que deviam estar fora da corporação. Não têm postura, não têm moral, nem conduta compatível com o que se exige de um agente da autoridade”, afirmou. Ribas da Silva criticou ainda o perfil de alguns ingressos, apontando que muitos entram na corporação apenas por interesse material, e não por vocação ou compromisso com a missão da Polícia Nacional.
Arnaldo Carlos, por sua vez, admitiu a gravidade da situação, sublinhando que os comportamentos desviantes não podem ser tolerados. “A nossa preocupação é garantir que os que não respeitam a farda sejam responsabilizados”, afirmou.
Apesar das críticas, a direcção da Polícia Nacional reafirmou o compromisso de manter uma postura exemplar, promovendo acções educativas e de formação. Ribas da Silva destacou ainda que, entre os mais de 125 mil efectivos, muitos têm uma conduta ética e responsável, sendo prejudicados pela actuação dos que envergonham a corporação.
