A escritora, poetisa e historiadora Ana Paula Tavares foi distinguida, na tarde desta quarta-feira 08, com o Prémio Camões 2025, a mais prestigiada distinção literária atribuída a autores de língua portuguesa.
A obra de Ana Paula Tavares é marcada por um olhar sensível sobre a história, a memória e o feminino angolano, combinando rigor histórico e intensidade poética. O júri destacou ainda “a relevante dimensão antropológica em perspetiva histórica” presente nos seus textos.
Com esta conquista, Ana Paula Tavares torna-se a primeira escritora angolana e a oitava mulher a receber o Prémio Camões, unindo-se a nomes como Sophia de Mello Breyner Andresen, Maria Velho da Costa e Paulina Chiziane.
Natural do Lubango (Huíla), onde nasceu a 30 de outubro de 1952, Ana Paula Tavares é autora de uma vasta produção poética e ensaística. Entre as suas obras mais conhecidas estão Ritos de Passagem, Dizes-me coisas amargas como os frutos, Manual para Amantes Desesperados e Os olhos do homem que chorava no rio.
Docente na Universidade Católica de Lisboa, a autora já havia sido distinguida com o Prémio Mário António de Poesia da Fundação Calouste Gulbenkian (2004) e com o Prémio Nacional de Cultura e Artes de Angola (2007).
A consagração de Ana Paula Tavares no Prémio Camões representa um marco para a literatura angolana e lusófona, celebrando uma voz que tem sabido unir história, identidade e poesia numa só linguagem.