O deputado Olívio Quilumbo, da UNITA, chamou a atenção para o aumento “excessivo” do preço do cimento no país, afirmando que consumidores têm obras paralisadas devido ao encarecimento do produto, e exigiu esclarecimentos ao ministro da Indústria e Comércio.
Durante a sessão parlamentar, o deputado lamentou o impacto directo sobre os cidadãos e pediu explicações sobre a capacidade instalada da indústria cimenteira, e a forma como essa capacidade se relaciona com a formação do preço final.
O ministro Rui Mingües respondeu que Angola dispõe actualmente de 8,5 milhões de toneladas por ano de capacidade instalada de produção de cimento, além de 185 mil toneladas para cimento-cola. Referiu ainda que o sector está em expansão, com novas fábricas em Benguela, no Uíge e duas unidades em fase de montagem em Luanda.
Segundo o ministro, estes investimentos vão colmatar eventuais défices de produção e reforçar a estabilidade do mercado nacional. Explicou também que o preço é influenciado por factores como importação de clínquer, dependência de equipamentos estrangeiros, variação cambial e custos de combustíveis — elementos que aumentam o preço final ao consumidor.
Rui Mingües reconheceu que o país vive uma situação “anormal”, motivada pela paragem temporária de uma das cimenteiras, o que influenciou a subida conjuntural de preços. Garantiu, no entanto, que o Executivo trabalha para restabelecer a actividade da unidade e normalizar o mercado.
O ministro afirmou ainda que, apesar da pressão, a importação de cimento tem sido evitada para não comprometer os fortes investimentos privados actualmente em desenvolvimento no sector.
Com a promessa de estabilização, o Executivo aposta na retoma das unidades industriais e na entrada em funcionamento das novas fábricas, esperando-se que o aumento da produção reduza a pressão sobre os preços e melhore a oferta no mercado nacional.
