Em alusão ao 10 de Dezembro, data em que o MPLA celebrará 69 anos de existência, foi assinalado no Cuanza Norte com um acto político que reuniu milhares de militantes e simpatizantes na capital provincial, Ndalatando.
Durante a actividade, o partido no poder anunciou a integração de 57 militantes da UNITA, destacando o reforço da estrutura local rumo às eleições gerais previstas para 2027.
O Primeiro-Secretário Provincial do MPLA, João Diogo Gaspar, realçou avanços registados na província, nomeadamente na reabilitação de vias de comunicação, nos sectores da educação e saúde, na expansão dos transportes e no estímulo à produção nacional. Segundo o dirigente, estas acções reflectem a visão estratégica do Presidente da República e líder do MPLA, João Lourenço.
No entanto, poucas horas após o acto, a UNITA emitiu um comunicado oficial desmentindo categoricamente a rendição de 57 militantes. De acordo com o Secretariado Provincial do partido no Cuanza Norte, apenas dois jovens participaram da actividade, ambos expulsos há meses por reiteradas violações dos estatutos. O comunicado acrescenta que os cartões exibidos são antigos e já não estão em uso, classificando o episódio como uma “encenação política”.
A UNITA argumenta ainda que a narrativa apresentada pelo MPLA pretende desviar a atenção de questões mais amplas, como o impacto do XIV Congresso do partido, a recente nomeação de Francisco Fernandes “Falua” como Secretário Nacional para a Comunicação, e alegações de má gestão provincial. O comunicado também reclama maior transparência sobre obras públicas em curso, custos, critérios de contratação e fiscalização.
É mais um confronto directo de narrativas entre os dois maiores partidos do país e reacende o debate sobre a credibilidade das informações divulgadas em actos públicos.
