Oku Saka

Cazaquistão: A Diplomacia da Paz Numa Era de Polarização

Num tempo marcado por uma crescente polarização global, a República do Cazaquistão tem-se afirmado como uma defensora firme da paz, do diálogo e do multilateralismo. Desde a sua independência, em 1991, o país tem seguido uma política externa multivetorial consistente, baseada no equilíbrio, na soberania, na cooperação regional e no envolvimento construtivo com a comunidade internacional.

Uma Potência Intermédia Estratégica com Alcance Global

Localizado na encruzilhada entre a Europa e a Ásia, o Cazaquistão detém uma posição geográfica estratégica. Contudo, é a sua política externa deliberada e baseada em princípios que tem granjeado ao país respeito muito para além da sua região imediata.

“É por isso que não só os nossos parceiros tradicionais, mas também países distantes, como os de África, procuram manter relações amigáveis connosco”, observou o Presidente Tokayev.

A crescente presença internacional do Cazaquistão reflete a sua reputação como um ator fiável e neutro — frequentemente classificado pelos analistas políticos como uma “potência intermédia”. Este papel implica importantes responsabilidades: promover a estabilidade, apoiar o direito internacional e apresentar soluções pragmáticas para desafios globais.

“Perante a crescente exigência por um mundo mais justo, acredito que as potências intermédias têm um papel crucial a desempenhar na resolução da crise de confiança internacional e no défice de liderança global responsável”, afirmou Tokayev. “Estou convencido de que chegou o momento de as potências intermédias colaborarem para construir novas e resilientes pontes entre polos geopolíticos em conflito.”

Defensora do Multilateralismo e da Carta das Nações Unidas

A política externa do Cazaquistão assenta firmemente nos princípios da coexistência pacífica, da não-interferência e na centralidade das Nações Unidas. Como membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 2017–2018, o país promoveu ativamente o diálogo sobre desarmamento nuclear, combate ao terrorismo e desenvolvimento sustentável. O Presidente Tokayev reafirmou o apoio do país à ONU como “a casa comum de toda a humanidade”.

Num cenário global cada vez mais marcado por rivalidades geopolíticas e paralisação institucional — particularmente no seio do Conselho de Segurança — o apoio contínuo do Cazaquistão às instituições multilaterais destaca-se como um contraponto à fragmentação internacional.

Um Legado de Paz e Desarmamento

O compromisso do Cazaquistão com a paz vai além das palavras. Num ato histórico de liderança moral, o país renunciou voluntariamente ao quarto maior arsenal nuclear do mundo durante os anos 1990 e encerrou o polígono de testes nucleares de Semipalatinsk. Esta decisão posicionou o país como líder mundial nos esforços de não-proliferação e desarmamento.

Adicionalmente, o Cazaquistão acolheu negociações internacionais de grande importância, como o Processo de Astana sobre a Síria, e foi o impulsionador da criação da Conferência sobre Interação e Medidas de Construção de Confiança na Ásia (CICA) — uma plataforma que promove a confiança e cooperação entre os países asiáticos.

Liderança Regional com Visão Global

Como maior economia da Ásia Central e nação mais ativa diplomaticamente da região, o Cazaquistão tem promovido a integração regional, a cooperação em segurança hídrica e o desenvolvimento de infraestruturas transfronteiriças. Através de organizações como a Organização de Cooperação de Xangai (SCO), a União Económica Eurasiática (EAEU) e a Organização dos Estados Turcos, o país defende uma diplomacia pragmática que equilibra os interesses nacionais com o progresso regional.

Simultaneamente, mantém relações equilibradas com potências globais como a Rússia, a China, os Estados Unidos e a União Europeia — evitando políticas de blocos e defendendo um sistema internacional multipolar e inclusivo.

Por um Mundo Mais Justo e Seguro

Face à crescente incerteza global, o apelo do Presidente Tokayev por uma diplomacia renovada das potências intermédias surge de forma oportuna. À medida que as grandes potências se afastam para confrontos, países como o Cazaquistão estão singularmente posicionados para atuar como mediadores e construtores de pontes. As suas vozes — assentes em princípios, pragmatismo e profundo entendimento da multipolaridade — são fundamentais para restaurar a confiança na cooperação internacional.

A política externa equilibrada e orientada para a paz do Cazaquistão não reflete apenas os seus interesses nacionais — constitui uma contribuição efetiva para a estabilidade global. Num mundo que procura novos modelos de liderança no século XXI, o Cazaquistão destaca-se como um exemplo inspirador de governação responsável baseada no diálogo, diplomacia e desenvolvimento.


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