Donald Trump voltou a agitar o tabuleiro geopolítico. Na véspera da primeira ronda de negociações comerciais com a China, o ex-presidente dos Estados Unidos anunciou na sua rede social Truth Social a disposição para reduzir as tarifas sobre produtos chineses de 145% para 80%.
O gesto, embora ainda envolto em incerteza, marca uma viragem no tom hostil que tem dominado a relação entre Washington e Pequim.
A delegação norte-americana, liderada pelo Secretário do Tesouro, chegou à Suíça nesta sexta-feira, onde vai encontrar-se com a comitiva chinesa, encabeçada pelo vice-primeiro-ministro de Pequim. Esta será a primeira conversa formal entre as duas potências desde que Trump decidiu escalar o conflito económico, impondo tarifas severas que abalaram os mercados globais.
A possível redução das tarifas surge dias depois de Trump ter fechado um acordo comercial com o Reino Unido. No mês passado, o ex-presidente impôs uma taxa generalizada de 10% sobre todas as exportações britânicas, além de uma sobretaxa de 25% sobre aço, alumínio e veículos. Agora, com a assinatura do acordo, Trump parece tentar mostrar uma faceta mais conciliadora, ainda que mantendo o seu estilo imprevisível.
O impacto das declarações fez-se sentir nas principais bolsas europeias. O índice alemão, por exemplo, atingiu um novo recorde, impulsionado pela expectativa de distensão nas relações comerciais entre EUA e China.