Luanda foi palco, no sábado, 19 de Julho, de mais uma manifestação organizada pelo Movimento dos Estudantes Angolanos, desta vez contra o aumento do preço das propinas e do gasóleo.
O protesto, que decorreu no centro da capital, juntou centenas de cidadãos e contou com a presença de membros do partido PRA-JA Servir Angola. Contudo, o ambiente aqueceu quando um cartaz com os dizeres “Abaixo o preço das propinas, é para já!” foi interpretado como tentativa de aproveitamento político, especialmente por manifestantes próximos da UNITA.
O Secretário Nacional para Mobilização do PRA-JA, Sebastião Salakiaku, prestou esclarecimentos à Rádio Correio da Kianda, assegurando que o cartaz era de iniciativa popular e que a coincidência com o nome do partido foi mal interpretada. “O cartaz era da população, foi levado como parte normal da manifestação. Coincidia com o nome do nosso partido, mas não era uma iniciativa nossa. Isso irritou algumas pessoas, sobretudo ligadas à UNITA, o que levou à troca de palavras”, afirmou.
Apesar das tensões, o dirigente nega que tenham ocorrido agressões físicas. “Felizmente, não chegou a haver linchamento, mas houve tentativas de intimidação. Mesmo assim, a nossa solidariedade com as causas sociais mantém-se intacta”, frisou. Acrescentou que o partido já tinha previamente suspendido uma actividade interna para permitir a participação plena dos seus membros na manifestação pública.
A rivalidade entre membros da UNITA e do PRA-JA voltou a manifestar-se, sobretudo com acções e acusações trocadas nas redes sociais. Salakiaku lamentou a crescente tensão, alertando que tais divisões só favorecem o regime. “A oposição perde o foco quando se deixa dividir. Infelizmente, as redes sociais e alguns quadros intermédios têm alimentado essa rixa que não serve o povo”, lamentou.
O dirigente garantiu que não existe qualquer orientação partidária para atacar outras forças da oposição e que eventuais confrontos verbais partem de militantes da UNITA. Os membros do PRA-JA, segundo disse, têm-se limitado a responder às provocações.