O Presidente da República de Angola e Presidente em Exercício da União Africana (UA), João Lourenço, defendeu neste domingo, 21, em Nova Iorque, a necessidade urgente de África conquistar assentos permanentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo o direito de veto, para corrigir o que classificou como uma “injustiça histórica”.
“Um Conselho de Segurança que aborda África em cerca de 70% da sua agenda não pode continuar sem África como membro permanente”, afirmou o Chefe de Estado, num discurso em que apelou à unidade e firmeza dos líderes africanos.
O Presidente angolano recordou o Consenso de Ezulwini e a Declaração de Sirte, ambos de 2005, como marcos fundamentais da posição comum africana, mas lamentou que, vinte anos depois, pouco ou nada tenha sido feito para materializar as reivindicações do continente. Reiterou que a reforma deve assegurar dois assentos permanentes com todos os direitos e prerrogativas, além de cinco assentos não permanentes adicionais, de forma a garantir justiça, equidade e inclusão.
João Lourenço destacou ainda o papel estratégico do Comité dos Dez Chefes de Estado e de Governo da UA (C-10), coordenado pelo Presidente da Serra Leoa, Julius Maada Bio, e expressou o seu apoio incondicional. Sublinhou também que o multilateralismo deve ser aproveitado como instrumento essencial para a paz, o desenvolvimento sustentável e a justiça global.
“África é o berço da humanidade, o continente da juventude e da resiliência. Mas, apesar da sua importância, continua sem voz efectiva nas estruturas de decisão do sistema multilateral”, declarou, numa mensagem que procurou mobilizar não só os africanos, mas também a comunidade internacional.
A cimeira reafirmou a posição comum africana sobre a reforma do Conselho de Segurança, consolidando o apelo por mais representatividade e equilíbrio nas instâncias de decisão da ONU, num momento em que a ordem global se encontra em plena transformação.
Fonte: C.Kianda