Os jornalistas angolanos dos órgãos de comunicação social públicos aprovaram esta segunda-feira, em assembleia-geral, o calendário da sua primeira greve, depois de não aceitarem a proposta do Executivo sobre os aumentos salariais.
A decisão foi tomada numa reunião presidida pelo secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Pedro Miguel, com a presença de representantes do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social. A assembleia decidiu manter abertura para negociar, mas avançou com o protesto laboral.
Segundo o calendário aprovado, a primeira fase da greve arranca a 8 de Setembro e terá a duração de cinco dias, embora parte dos trabalhadores defendesse o início já a 2 de Setembro. A segunda fase será em Outubro, por 15 dias, ainda sem data definida. Seguir-se-ão novas paralisações em Novembro e Dezembro. Durante todos os períodos de greve não haverá serviços mínimos.
Os jornalistas reivindicam um aumento salarial de 58% imediato. O Executivo apresentou uma contraproposta de aumento faseado: 27% já este ano e o restante até Janeiro de 2026. Esta proposta foi rejeitada pelos profissionais da comunicação social, que exigem o aumento total já no presente ano.
O protesto marca um momento inédito para o setor da comunicação social pública em Angola, podendo afetar diretamente a produção e difusão de conteúdos informativos a nível nacional.