A eleição para a liderança da Associação da Indústria Têxtil, Confecções e Artesanato de Angola (AITECA) está envolta em polémica, com associados a levantar sérias preocupações sobre a transparência e a legitimidade do processo.
As críticas recaem sobretudo sobre a Comissão Eleitoral, acusada de excluir listas concorrentes e validar impugnações de forma parcial, alegadamente para favorecer a recandidatura do atual presidente, Luís Contreiras. Segundo fontes, uma lista foi impedida de concorrer, enquanto outra apresentou um pedido de impugnação, denunciando irregularidades.
No centro da controvérsia está a prerrogativa da AITECA em certificar a importação de tecidos, estabelecida em protocolo com o Ministério da Indústria e Comércio. Essa função, com impacto direto nos pequenos empresários e artesãos, é vista por críticos como uma oportunidade de concentração de poder e possíveis conflitos de interesse.
A presidência da Mesa da Assembleia Geral tentou intervir, convocando a Comissão Eleitoral para dar explicações sobre as irregularidades apontadas, mas esta não compareceu, situação que reforçou as dúvidas sobre pluralidade e transparência.
Apesar das críticas, a campanha de reeleição de Luís Contreiras foi divulgada no Jornal de Angola, com promessas de modernização e gestão inclusiva. No entanto, associados descontentes consideram que tais propostas não correspondem às práticas verificadas no processo.
Até ao momento, a direção da AITECA não apresentou uma posição pública sobre estas alegações.