José Bonifácio, de 39 anos, vive um dos capítulos mais dolorosos da sua vida: foi obrigado a vender a sua residência, localizada em Calumbo, para pagar dívidas feitas para custear o próprio casamento.
“Não foi minha vontade. Ela me deu um prazo para casar, sob pena de me deixar”, contou ao Correio da Kianda. Oito meses depois, o matrimónio enfrenta uma crise profunda, marcada por desconfianças e acusações de infidelidade.
Segundo relatou, a esposa “já não quer saber da dívida”, e passou a manifestar desinteresse no relacionamento. “Ela passa o tempo a mexer no meu telefone, a dizer que está cansada de viver comigo, que já não tenho o mesmo brilho de ontem”, lamentou Bonifácio, visivelmente abalado.
Sem revelar o valor total do débito, o homem explicou que o imóvel vendido era o único bem herdado dos pais. A decisão, tomada em desespero, foi a única forma de se livrar da pressão dos credores e dos juros em crescimento.
O caso reacende o debate sobre o peso social e emocional dos casamentos ostentatórios em Angola, onde muitos casais endividam-se para corresponder às expectativas familiares e culturais.