Oku Saka

“Operação Contenção” no Rio de Janeiro deixa 64 mortos e reacende debate sobre segurança pública

Uma das maiores operações policiais do ano no Brasil terminou em tragédia. Sessenta e quatro pessoas morreram, incluindo quatro polícias, após mais de doze horas de intensos confrontos entre forças de segurança e traficantes nas comunidades do Alemão e da Penha, zona norte do Rio de Janeiro.

Denominada “Operação Contenção”, a acção conjunta das polícias Civil e Militar mobilizou cerca de 2.500 agentes e tinha como meta combater a expansão territorial da facção criminosa Comando Vermelho, além de cumprir 100 mandados de prisão contra os seus membros e líderes.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a operação foi resultado de mais de um ano de investigação conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes. Contudo, o que se seguiu foi descrito por testemunhas como “um verdadeiro cenário de guerra”.

As forças policiais utilizaram dois helicópteros, 32 blindados e doze veículos de demolição, enquanto traficantes reagiram com armamento pesado e drones equipados com explosivos. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram dezenas de homens armados fugindo para a mata, numa tentativa de escapar ao cerco policial.

O balanço oficial aponta 81 prisões e a apreensão de 93 fuzis, um número considerado histórico pelas autoridades brasileiras, que o classificaram como uma das maiores apreensões de armamento pesado dos últimos anos.

Durante os confrontos, várias ruas foram interditadas e o transporte público ficou paralisado, levando o Centro de Operações e Resiliência do Rio de Janeiro a elevar o nível de alerta da cidade. Apenas na manhã desta quarta-feira, o município voltou ao estágio 1, que indica estabilidade operacional.

A operação reacendeu o debate sobre o modelo de combate ao crime no Brasil. Enquanto o governo estadual defende a acção como “necessária e bem-sucedida”, organizações de direitos humanos denunciam o uso excessivo da força e o impacto da violência nas comunidades mais pobres.

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