Assinalado mundialmente a 17 de Outubro, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza trouxe à tona um apelo coletivo em Luanda: a redução dos preços dos produtos da cesta básica. Para muitos cidadãos, garantir três refeições diárias tornou-se um desafio constante.
A mesma preocupação foi partilhada por Hamilton Cunha, residente no casco urbano de Luanda, que destacou o agravamento dos custos no centro da cidade. “Os preços aumentam a cada dia, e já não há confiança de que a situação melhore”, lamentou.
Para o sociólogo Agostinho Paulo, a fome, um dos maiores desafios sociais do país, é agravada pelos altos preços dos alimentos, o que distancia o cidadão do direito básico à alimentação. “O combate à fome deve estar no topo das prioridades governamentais, com um orçamento reforçado para incentivar a produção nacional e garantir preços mais equilibrados”, sublinhou.
Segundo dados das Nações Unidas, em 2025, mais de 690 milhões de pessoas em todo o mundo vivem em extrema pobreza, enquanto cerca de 1,1 bilhão enfrentam privações em saúde, educação e condições básicas de vida.
O alerta da ONU reforça a necessidade de políticas públicas mais inclusivas, capazes de construir instituições que protejam, e não punam, as famílias vulneráveis. A erradicação da pobreza exige mais do que caridade, exige justiça social, visão de longo prazo e compromisso real com a dignidade humana.
Fonte: Correio da Kianda