O Tribunal da Comarca de Viana decidiu colocar em liberdade o cidadão Hilário Cupeta Vital, acusado de envolvimento na morte de Carolina dos Santos Cardoso, funcionária da Administração Geral Tributária (AGT) e sobrinha do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
A decisão judicial, tomada nesta semana, fundamenta-se no excesso de prisão preventiva, após expirado o prazo legal de detenção sem julgamento. O tribunal substituiu a prisão pelas medidas de caução de três milhões de kwanzas e termo de identidade e residência, obrigando o arguido a apresentar-se três vezes por semana.
Carolina Cardoso foi assassinada a 2 de abril de 2024, quando regressava a casa, no bairro Bita Vacaria, em Viana. Foi baleada dentro da sua viatura, na presença dos filhos, por indivíduos não identificados que, segundo relatos, a seguiam de motorizada. O crime chocou o país e mergulhou a família dos Santos numa dor profunda.
A família da vítima reagiu com consternação à decisão judicial, considerando que o processo “transforma o sofrimento em impunidade”. Um dos familiares próximos lamentou, sob reserva de identidade, que “a justiça parece esquecer que Carolina não era só uma funcionária do Estado, era mãe, filha, sobrinha, sangue de uma família que deu muito a este país”.
O Ministério Público manifestou-se contra a libertação, argumentando que a gravidade do crime e os indícios recolhidos exigiam continuação da prisão preventiva. Ainda assim, o tribunal entendeu que “a lei deve ser aplicada igualmente, mesmo nos casos mais sensíveis”.
Carolina, de 40 anos, trabalhava na AGT há mais de uma década e era conhecida pelo espírito reservado e pela dedicação à família. Deixou dois filhos menores, que agora vivem sob a tutela de familiares diretos.
Fonte: NJ