As Forças Armadas da Guiné-Bissau anunciaram hoje a tomada do poder no país, através de um comunicado lido na televisão estatal TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N’Tchama. Segundo a declaração oficial, os militares instauraram o Alto Comando Militar para “restaurar a segurança nacional e a ordem pública”, assumindo a totalidade dos poderes do Estado.
De acordo com os militares, a intervenção foi motivada pela alegada descoberta de um plano de destabilização nacional que envolveria “políticos nacionais e conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros”. O comunicado descreve esse plano como uma operação destinada à manipulação dos resultados das eleições gerais de domingo. As Forças Armadas afirmam que o Serviço de Informação de Estado encontrou um depósito de armamento de guerra ligado a essa alegada tentativa de manipulação.
Como parte das medidas de controlo, todas as fronteiras — terrestres, marítimas e o espaço aéreo — foram encerradas. Foi ainda decretado recolher obrigatório das 19:00 às 06:00, até que sejam repostas as condições de segurança e de normalidade constitucional. O Alto Comando Militar afirma que permanecerá no poder até que a situação seja “convenientemente esclarecida” e o país recupere estabilidade. Num apelo final, os militares pedem calma e colaboração à população, classificando o momento como uma “emergência nacional”.
