Oku Saka

O que levou MPLA a retirar confiança política a Carolina Cerqueira? Alegado caso de passaporte?

A retirada de confiança política à presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, pelo Bureau Político do MPLA resulta de um acumulado de episódios que, segundo fontes citadas pelo Correio da Kianda, foram interpretados como sinais de desalinhamento com a liderança do partido. 

A decisão, tomada durante a 1.ª Reunião Extraordinária do Bureau Político no Futungo II, foi motivada pela percepção de quebra de confiança pessoal e política.

Os primeiros sinais de tensão surgiram quando determinadas decisões de Carolina Cerqueira passaram a ser vistas como afastamento da linha política definida pela direcção do MPLA. A leitura interna era de que a terceira figura do Estado deixara de acompanhar o rumo estratégico delineado pelo partido, criando fricções em momentos-chave da gestão institucional.

Um dos pontos críticos foi o processo envolvendo deputados suspeitos de utilizarem viaturas protocolares como carros de rent-a-car, incluindo alegado aluguer para cerimónias privadas. A direcção do MPLA defendia que o caso avançasse como prova do compromisso com a moralização da vida pública e o combate ao uso indevido de recursos do Estado. Contudo, Carolina Cerqueira decidiu arquivar o processo, alinhando se com a posição defendida pela UNITA, o que reforçou o desgaste interno.

Outro episódio que contribuiu para a erosão da confiança foi a alegada renovação de um passaporte diplomático a favor de Higino Carneiro, com base na sua inclusão como consultor do gabinete da presidente da Assembleia Nacional. Segundo fontes citadas, o acto terá ocorrido à margem dos critérios previstos na Lei n.º 22/21 sobre passaportes diplomáticos. Mais tarde, o documento foi anulado, mas o impacto político já estava consolidado.

Fontes próximas recordam que Carolina Cerqueira era vista como dirigente de confiança para João Lourenço, que apoiou a sua ascensão ao cargo que actualmente ocupa. No entanto, a sucessão de eventos considerados desalinhados levou à decisão de retirada de confiança no plano partidário, salvaguardando a separação de poderes do Presidente da República.

Apesar da posição agora assumida pelo MPLA, Carolina Cerqueira mantém se formalmente no cargo. A sua substituição deverá ocorrer durante a próxima sessão plenária, com indicações de que Adão de Almeida será o nome proposto pela bancada parlamentar do MPLA para presidir à Assembleia Nacional.

Fonte: Correio da Kianda

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