O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, declarou que Angola não pode continuar a celebrar a paz sem questionar o que tem sido feito com ela. As declarações foram feitas durante um culto ecuménico promovido por várias instituições religiosas, em alusão ao aniversário da paz no país.
Para o líder do Galo Negro, embora o cessar das hostilidades tenha sido fundamental, a paz precisa ser acompanhada de justiça social, respeito pelas liberdades políticas e progresso material.
“A paz pressupõe o calar das armas, mas deve vir acrescida de outras realidades, como uma paz que traga conforto à sociedade, justiça e harmonia às famílias angolanas”, afirmou.
Num dos momentos mais marcantes da sua intervenção, Adalberto Costa Júnior lamentou que, passados 50 anos desde a independência de Angola, muitos hospitais continuem a funcionar sem orçamento.
“É difícil entender isso”, reforçou, deixando no ar uma crítica severa à forma como têm sido distribuídos os recursos públicos ao longo das últimas décadas.
O dirigente político aproveitou ainda para sublinhar que não se pode celebrar a paz enquanto o direito à oposição for condicionado e o diálogo institucional for negligenciado. Segundo ele, a verdadeira paz deve incluir espaço para a diferença, a crítica e a construção colectiva.