O jornalista e escritor angolano Victor Hugo Mendes lançou farpas certeiras contra a glorificação de celebridades ocas durante sua participação no Podcast MoveON, apresentado por Vanda Pedro. Com a lucidez de quem enxerga além das luzes da ribalta, Mendes abordou o fenômeno crescente de se confundir visibilidade com valor, fama com mérito real. Para ele, o brilho da fama nem sempre revela substância.
“Promovem-se estas pessoas que possuem apenas estrutura, mas carecem de conteúdo, pois interessa desviar a atenção”, declarou o comunicador, numa crítica direta ao marketing de aparências que vem pautando o imaginário popular dos angolanos.
Mendes aponta que, hoje, muitos rostos conhecidos em Angola ganham status de referência social não pelo que pensam ou fazem, mas simplesmente por serem... conhecidos. Segundo o jornalista, é urgente distinguir entre ter notoriedade e ser, de fato, um exemplo digno de seguir.
“Há famosos que não são referências”, disparou, acrescentando que esse cenário é um desserviço, especialmente para os jovens, que acabam mirando em modelos com mais filtro do que essência.
Victor Hugo Mendes, conhecido por seu percurso consistente na comunicação social e sua produção editorial comprometida com valores, defendeu uma mudança de rota: mais ética, mais conteúdo, mais verdade. O também escritor chama atenção para a necessidade de buscarmos ícones que não apenas ocupem espaço, mas que também carreguem significados e propósitos.
No fim das contas, a crítica de Mendes é um apelo à consciência: não basta ser visto — é preciso ter o que dizer.