A polémica em torno do indulto presidencial de 2024 ganhou um novo capítulo. Carlos São Vicente, preso desde 2020 por crimes económicos, estaria entre os beneficiários do indulto a ser aplicado em Junho deste ano. No entanto, segundo Irene Neto, esposa do empresário e filha do primeiro Presidente da República de Angola, o nome do marido foi retirado da lista por decisão direta do Chefe de Estado.
De acordo com Irene Neto, a exclusão de São Vicente contrariou as propostas de todas as estruturas envolvidas no processo e aconteceu sem qualquer explicação formal.
“Carlos São Vicente devia ter sido liberto a 22 de Junho de 2024 e constava da lista do indulto Presidencial de 2024”, revelou.
A decisão presidencial, segundo ela, prolongou de forma injusta e cruel o sofrimento do marido e da família.
“Após o assédio do Sistema Judicial de forma cruel, o PR prolongou o sofrimento de São Vicente e da família”, lamentou.
Irene Neto também destacou que, apesar de o indulto ser uma prerrogativa presidencial, a liberdade condicional está amparada pela legalidade. Para ela, manter São Vicente preso é injusto e representa uma violação dos direitos humanos.
A filha do histórico líder angolano acusa ainda o actual Presidente de manipular procedimentos legais e usar o sistema judicial como ferramenta política.
“A política foi judicializada, as leis manipuladas e os direitos humanos do meu esposo desrespeitados. A exclusão é uma táctica abusiva”, afirmou.