As autoridades da República Democrática do Congo anunciaram a suspensão do Partido Popular para a Reconstrução e a Democracia, fundado pelo antigo Presidente Joseph Kabila, acusando-o de manter um "silêncio cúmplice" face às ações do grupo rebelde M23, apoiado pelo Ruanda.
Segundo o Ministério do Interior, a decisão surge na sequência do ativismo comprovado de Kabila no que é classificado como uma guerra de agressão ruandesa. O comunicado acusa ainda o ex-presidente de nunca ter condenado publicamente a rebelião do M23 nem o apoio ruandês ao grupo.
A situação agravou-se após o regresso de Kabila à RDCongo pela cidade de Goma, atualmente sob controlo do M23. De acordo com o governo, esta escolha revela uma aliança perigosa, uma vez que a segurança de Kabila está garantida numa zona dominada pelos rebeldes.
O Ministério da Justiça pediu ao Supremo Tribunal que inicie um processo contra Kabila por alegada participação direta na rebelião. Foram feitas buscas numa propriedade da sua família em Kinshasa em busca de material militar escondido.
O PPRD ainda não se pronunciou. O conflito no leste do país continua a escalar com a ocupação das cidades de Goma e Bukavu pelo M23. O Presidente Félix Tshisekedi acusa Kabila de estar ligado à Aliança Livre do Congo, um movimento político-militar alinhado com os rebeldes.
Estaremos perante um regresso político estratégico ou uma aliança perigosa para desestabilizar o país?