Um exame genético realizado pelo DNA Worldwide Group, em 2013, apontou uma probabilidade de 95,04% de que Mihaela Radkova Marinova, cidadã búlgara, seja filha biológica do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto. O teste comparou o ADN de Mihaela com o de Gilberto Mariano Agostinho Neto Cardoso, sobrinho de Neto, e concluiu que ambos são primos em primeiro grau, o que sugere que o pai de Mihaela e a mãe de Gilberto seriam irmãos de sangue.
O exame foi certificado pelo Eurofins Forensik e seguiu padrões científicos rigorosos, mas o reconhecimento legal de Mihaela ainda não aconteceu.
Mihaela nasceu em fevereiro de 1974, fruto de um suposto relacionamento entre Agostinho Neto e Radka Marinova, durante uma visita oficial do líder angolano à Bulgária, em 1973. Devido à discriminação racial da época, Radka entregou a filha a um orfanato, e Mihaela só descobriu sua possível origem aos 15 anos.
Ao longo dos anos, membros da família Neto se dividiram sobre o reconhecimento da búlgara. Em 1999, Ruth Neto, irmã do ex-Presidente, teria viajado ao Zimbabwe para conhecê-la e reconheceu semelhanças físicas com a família, mas enfrentou resistência interna para oficializar o vínculo.
Mihaela, atualmente residente em Londres, luta pelo reconhecimento legal. Em 2022, entrou com uma ação no Tribunal da Comarca de Luanda, mas o processo enfrenta atrasos devido à morosidade judicial e à falta de citação da parte requerida.
Enquanto o reconhecimento segue indefinido, o caso expõe fragilidades no sistema judicial angolano e reacende o debate sobre a transparência e aceitação de testes de ADN em disputas de paternidade no país.
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