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O Ministério da Saúde de Angola anunciou a suspensão definitiva do envio de doentes para tratamento em Portugal. A decisão, que consta num despacho assinado por Sílvia Lutucuta, ministra da Saúde, entrará em vigor até o final deste ano, marcando o encerramento formal deste serviço que já foi considerado vital para casos de alta complexidade.

Segundo o despacho datado de 9 de Junho, o Estado angolano afirma ter feito investimentos internos significativos, incluindo parcerias com instituições internacionais de referência, com o objectivo de reforçar a capacidade nacional de diagnóstico e tratamento. Nesse contexto, estão a ser criadas as condições administrativas e financeiras para pôr fim, nos próximos seis meses, ao envio de pacientes e acompanhantes para Portugal.

O documento prevê que, em situações excepcionais que ainda exijam tratamento no exterior, os doentes sejam encaminhados para a África do Sul, após avaliação. Esta medida, ponderada desde 2021, resulta de uma auditoria que apontou falhas diversas no sistema, incluindo má gestão e uso indevido de meios.

Com esta decisão, o Governo pretende afirmar a autonomia do sistema nacional de saúde. Contudo, resta saber se os hospitais angolanos estarão realmente à altura do desafio sem recorrer ao velho destino europeu.