Uma tragédia perturbadora abala a comunidade do bairro Tunga-Ngo, no município do Rangel, em Luanda. Um homem de 35 anos foi detido por ser o principal suspeito da morte violenta da própria mãe, de 67 anos, que terá sido mantida em cárcere privado, agredida brutalmente e abusada sexualmente.
O crime foi descoberto por volta das 9 horas da manhã de segunda-feira, 16 de Junho, quando um dos filhos da vítima, sem contacto com a mãe há três dias, decidiu verificar o seu estado. Chegado à casa, localizada na Rua 15, Casa nº 14, encontrou a porta trancada. Após tentativas frustradas de comunicação com o irmão, decidiu arrombar a entrada. O que encontrou foi uma imagem que poucos esquecerão: a mãe desfalecida, com sinais claros de espancamento, amarrada com cabos eléctricos e com a cabeça entre os gradeamentos metálicos da porta.
O superintendente-chefe Nestor Goubel, porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, relatou ao jornal OPAÍS que os vizinhos foram chamados imediatamente para prestar socorro à idosa e impedir que o agressor escapasse. A vítima foi conduzida primeiro ao Hospital dos Cajueiros e, devido à gravidade dos ferimentos, transferida ao Hospital Geral de Luanda. Não resistiu e veio a falecer na terça-feira, 17.
Confrontado com os factos, o suspeito admitiu os crimes, justificando-os com supostos motivos de feitiçaria, afirmando que cumpria “rituais satânicos”. Depois da confissão, foi encaminhado às celas da esquadra local e deverá ser presente ao Ministério Público nos próximos dias.
O caso gera comoção e levanta questões inquietantes sobre o estado de saúde mental, crenças obscurantistas e o papel da comunidade e das autoridades na protecção de idosos em situação de vulnerabilidade.
