O desemprego em Angola atinge dimensões alarmantes. Cerca de 15 milhões de jovens, dos 18 milhões de cidadãos em idade ativa, estão fora do mercado de trabalho, segundo dados do Observatório Nacional do Emprego (ONE). Apenas três milhões possuem um emprego formal, o que significa uma taxa bruta de empregabilidade de 109.563 trabalhadores.
O diretor do ONE, Blanche Chendovava, revelou que o emprego líquido no país está estimado em 106.330, enquanto o número de postos de trabalho extintos é de 3.233. Estes números acumulam-se ao total de mais de 3,1 milhões de empregos perdidos, sendo a maioria dos desempregados homens.
O ONE foi criado pelo Decreto Executivo 320/25 e terá como missão central recolher e analisar informações sobre a procura, oferta e tendências do mercado de trabalho. O objetivo é fornecer dados que orientem a criação de políticas públicas eficazes e ajustadas às realidades económicas e geográficas do país.
As estatísticas do Observatório colocam em evidência um dos maiores desafios de Angola: transformar a sua força de trabalho jovem e abundante em motor de crescimento económico. Para isso, será necessário impulsionar investimentos, qualificação profissional e condições que favoreçam a criação de novos postos de trabalho formais.