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Carlos Rosado critica ilusão das garantias bancárias no crédito em Angola

Durante a sua intervenção na primeira edição da Conferência Nacional “Motivos Para Investir”, realizada no Hotel Intercontinental, o economista Carlos Rosado de Carvalho protagonizou uma das falas mais comentadas do dia ao abordar, com franqueza rara, os desafios da concessão de crédito em Angola.



Rosado começou com uma provocação que prendeu logo a atenção da sala:

“Nós devíamos agradecer aos bancos por não concederem crédito a pessoas que oferecem garantias.”

Segundo o economista, o problema do crédito em Angola não está na falta de garantias, mas na má gestão do risco e na facilidade com que os bancos, no passado, concederam empréstimos a quem não tinha como pagar. Citando casos concretos, Rosado apontou para o colapso de instituições como o BPC, Banco Económico, BCI e Banco Sol como exemplos de uma política de crédito desastrosa.

“Porquê que esses bancos foram à falência? Porque concederam crédito sem garantias.”

Mas foi mais longe: 

“O negócio não é garantias. Portanto, não podemos viver de ilusões.”

A crítica de Rosado ecoa num momento em que muitos pequenos e médios empresários se queixam das dificuldades em aceder a financiamento. No entanto, o economista defende que é preciso ir além da crítica fácil aos bancos e discutir modelos de avaliação de risco mais eficazes e sustentáveis.

A intervenção gerou murmúrios, aplausos e, claro, uma reflexão que continuará para lá das paredes do Intercontinental.


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