O general na reforma Leopoldino Fragoso do Nascimento, conhecido como “Dino”, afirmou que integrou a equipa de reestruturação do grupo China International Found (CIF) a pedido do então vice-presidente Manuel Vicente e com a autorização do ex-presidente José Eduardo dos Santos.
Segundo o depoimento prestado à juíza Anabela Valente, Dino revelou que recebeu a missão em 2016, numa altura em que o magnata sino-britânico Sam Pa, figura-chave da operação, estava desaparecido. O objectivo do grupo criado por JES era proteger o património da CIF em Angola, que, segundo os envolvidos, se encontrava abandonado.
O grupo técnico contava ainda com o ex-presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Francisco de Lemos José Maria, o advogado Fernando Gomes dos Santos (também arguido no processo por já trabalhar com a CIF como consultor), e dois cidadãos chineses, Wu Ang e o seu advogado Weiji Qin.
Em paralelo, Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como “Kopelipa”, afirmou que foi Manuel Vicente quem liderou as operações financeiras do Estado com a CIF desde 2004, ano em que coordenou a delegação angolana na China. Esta missão daria origem à CIF Angola e à China Sonangol Internacional, empresas com um histórico opaco e frequentemente ligado a negócios bilionários mal explicados.