Num momento em que Luanda enfrenta uma grave crise de transporte público, marcada pela paralisação dos taxistas, o humorista angolano Gilmário Vemba decidiu abandonar o tom cómico para adoptar uma crítica social.
Em texto divulgado nas suas redes sociais, o artista coloca em xeque as prioridades do Estado angolano e denuncia aquilo que considera o verdadeiro vandalismo institucional.
“O verdadeiro vandalismo é ignorar o grito do povo”, escreve Gilmário, prosseguindo com uma série de acusações que vão desde o investimento exagerado em eventos desportivos até à ausência de políticas públicas eficazes em áreas como mobilidade, educação e combate à corrupção. “Vandalismo é gastar mais de 8 biliões de kwanzas num jogo de 90 minutos, quando faltam autocarros para mobilidade pública”, acusa.
O texto surge na sequência dos episódios de vandalismo e tensão social registados nesta segunda-feira, 28, em várias zonas de Luanda, na sequência de uma greve dos taxistas que deixou milhares de cidadãos sem transporte. Vários estabelecimentos foram saqueados e a resposta policial não foi suficiente para controlar os incidentes.
Gilmário termina com uma pergunta inquietante: “Temos que começar a nos perguntar quem é o verdadeiro vândalo.
