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Vanda Pedro: "Não culpemos o povo. A fome não permite raciocínio."

A atriz angolana Vanda Pedro decidiu somar a sua voz às de milhares de cidadãos que, nesta segunda-feira, foram impactados pelos protestos e saques em Luanda, na sequência da paralisação dos taxistas.


O seu testemunho, publicado nas redes sociais, ganhou rápida adesão, não só pelo conteúdo emotivo, mas pela profundidade da análise.

"Hoje, o povo saiu à rua. Sim, houve destruição. Sim, houve saques. Mas antes de apontar o dedo, escutem o grito", escreveu a artista. Em vez de condenações fáceis, Vanda propõe um olhar mais humano para os actos de desespero: “Quem tem fome não pensa, apenas sente o vazio no estômago e a revolta no peito. A fome encurta a esperança.”

Num texto onde não falta emoção nem coragem, ela assume também a própria dor: "Eu também conto moedas. Eu também calculo caminhos. Eu também tenho medo." A atriz coloca-se ao lado dos que já não encontram palavras para pedir dignidade. Pede que, em vez de castigo, se ofereça escuta. Que, em vez de repressão, se construa empatia.

“Não incito ao caos. Incito à escuta. À humanidade. À empatia. Porque ninguém que tem tudo em ordem na vida sai à rua para queimar ou saquear”, concluiu.

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