O Presidente da República, João Lourenço, reagiu oficialmente aos distúrbios registados no início da semana em Luanda, classificando-os como actos criminosos premeditados e orquestrados por forças internas e externas com objectivos de sabotagem.
Lourenço condenou o que descreveu como uma tentativa de subverter a ordem social através da coação e do medo, sublinhando que apenas os taxistas haviam declarado greve, e que muitos cidadãos foram impedidos de trabalhar.
“O que assistimos desde segunda-feira foram actos premeditados de destruição de património público e privado, assalto e pilhagem de estabelecimentos comerciais, ameaças e coacção a pacatos cidadãos”, declarou.
O Presidente elogiou a acção das forças da ordem, que segundo o mesmo, “atuaram no quadro das suas obrigações”, restaurando a calma na cidade. Aproveitou para agradecer a solidariedade expressa por diferentes sectores da sociedade civil, partidos políticos e igrejas, pela sua condenação pública aos actos de violência.
No entanto, Lourenço reconheceu que o país continua a enfrentar problemas sociais estruturais, como o desemprego, a precariedade habitacional e a falta de oportunidades para os jovens. Defendeu que o Executivo está a “fazer o seu melhor”, investindo em áreas cruciais como educação, saúde, formação profissional e grandes infra-estruturas que empregam milhares.
O Presidente anunciou que, já na próxima segunda-feira, o Governo vai aprovar medidas específicas de apoio às empresas afetadas pelos actos de vandalismo, para permitir a rápida reposição de bens e a preservação dos postos de trabalho.
Lourenço dirigiu ainda uma mensagem clara aos jovens, às famílias e à sociedade em geral:
“Este episódio só vem confirmar que a educação dos nossos filhos (…) não está nas plataformas e redes sociais que não têm rosto nem identidade, mas na família, na escola e na comunidade comprometida com o presente e o futuro de Angola.”
Num dos trechos mais enfáticos da sua declaração, João Lourenço afirmou:
“Quem quer que tenha orquestrado e conduzido esta acção criminosa, saiu derrotado.”
A mensagem presidencial surge numa altura em que o país tenta recuperar da instabilidade provocada pelos tumultos, que resultaram em vítimas mortais, destruição e perda de postos de trabalho.