A UNITA apelou esta semana à vigilância dos cidadãos e da comunidade internacional, denunciando alegadas intenções de precipitar e legitimar a proclamação de um Estado de Sítio em Angola. No comunicado, o maior partido da oposição acusa o Presidente da República de pretender perpetuar-se no poder, violando direitos fundamentais garantidos pela Constituição.
A formação política liderada por Adalberto Costa Júnior aponta para “execuções de cidadãos devidamente catalogados, uso abusivo da força contra populações indefesas, instalação da cultura do medo, resignação e aceitação da pobreza”, como parte de uma estratégia que incluiria o adiamento das eleições gerais previstas para 2027.
O partido denuncia ainda “prisões em massa” de cidadãos, não apenas de suspeitos de atividades ilegais, mas sobretudo de ativistas e líderes associativos, citando um comunicado do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de 12 de agosto de 2025 como indício de um “processo de transição do autoritarismo para a ditadura, com retorno ao monopartidarismo”.
A comissão política permanente da UNITA acusa o Executivo de explorar o descontentamento popular para “recriar inimizades e um ambiente de medo” que, segundo o partido, se julgava ultrapassado desde o período pós-guerra.
O comunicado manifesta “bastante preocupação” com publicações e vídeos que, de acordo com a UNITA, constituem “cenários fictícios” e “criações de laboratórios de propaganda” para justificar ações repressivas.
Relativamente aos incidentes de 28 a 30 de julho, a UNITA responsabiliza o Governo pelo insucesso nas políticas de combate à corrupção e redistribuição da renda nacional, defendendo que estas falhas são usadas como pretexto para “jogar areia para os olhos do povo” e silenciar dirigentes associativos e outras figuras incómodas.
O partido reafirma o compromisso em “aprimorar a estabilidade política e social” no país, mas alerta para um cenário de retrocesso democrático que, segundo acusa, ameaça a liberdade e o Estado de Direito em Angola.