A 5.ª Cerimónia de Condecorações dos 50 anos da Independência Nacional, realizada a 12 de setembro em Luanda e presidida pelo Presidente da República, João Lourenço, homenageou dezenas de personalidades das áreas da saúde, cultura, comunicação social, desporto e política.
Entre os distinguidos estiveram Laurinda Prazeres, Mário Fernandes, Simão Wala, Ricardo d'Abreu e Teresa Dias. No jornalismo, destaque para Teixeira Cândido, Pedro Neto (RNA), Paulo Julião (TV Zimbo), Neto Júnior (TPA), Jorge Gomes “Man Gomito” (Rádio Mais) e Paulino Damião, homenageado a título póstumo. A música esteve representada por C4 Pedro, Yola Semedo e Anselmo Ralph, enquanto no desporto foi condecorado, entre outros, o antigo futebolista Manucho Gonçalves. No campo político e social, governadores como Nuno Dala e Narciso Benedito receberam a distinção.
Apesar do tom solene, a cerimónia foi alvo de críticas. Em entrevista à DW, a activista Laura Macedo questionou os critérios e a legitimidade das escolhas, acusando João Lourenço de transformar a ocasião em instrumento de propaganda política. “Há muita gente a ser condecorada que não vale sequer o chão que pisa. Temos assassinos, pessoas que nunca contribuíram para o Estado angolano. Não é por se ter trabalhado para um Governo ou partido que se merece uma medalha”, declarou.
A activista apontou ainda a ausência de transparência no processo, revelando que os homenageados são convidados a enviar biografias apenas depois de os seus nomes constarem nas listas oficiais. Para Laura Macedo, este método demonstra a falta de rigor e de critérios claros por parte das instituições responsáveis.
O evento, que pretendia celebrar meio século de independência, acabou por reacender o debate sobre a instrumentalização política das distinções oficiais e a necessidade de maior clareza na forma como o Estado reconhece os seus cidadãos.
Fonte: DW