Oku Saka

Velha história, novo nome: Ex-agente liga oficiais do SIC ao narcotráfico

Mais uma denúncia de alegado envolvimento de oficiais do Serviço de Investigação Criminal (SIC) em redes de narcotráfico volta a colocar a instituição no centro da controvérsia. 


Afonso Mendes, que se apresenta como ex-colaborador do SIC, afirma que altas patentes do órgão estariam diretamente envolvidas em esquemas de tráfico de drogas e diz possuir provas que sustentam as suas acusações.

Em entrevista divulgada pela plataforma Rádio Ouvinte, Mendes contou ter trabalhado durante anos como agente de “baixa visibilidade”, relatando situações em que alegadamente assistiu à colaboração entre traficantes e dirigentes do próprio SIC. “O traficante está a ligar para o teu chefe na tua frente: ‘O teu chefe é meu amigo, o carro dele que está na oficina eu é que estou a pagar a manutenção’”, disse o denunciante.

O porta-voz do SIC-Geral, Manuel Halaiwa, reagiu rapidamente às declarações, considerando-as falsas e infundadas. Em comunicado, esclareceu que o cidadão em causa não possui qualquer vínculo com a instituição e que será aberto um expediente para que ele se retrate publicamente.

Analistas ouvidos pela DW África pedem que a Procuradoria-Geral da República (PGR) assuma o caso e crie mecanismos de proteção para denunciantes, reforçando a necessidade de transparência e responsabilização dentro das estruturas do Ministério do Interior.

Casos semelhantes já haviam sido registados. Em 2023, Gelson Quintas, conhecido como “Man Gena”, também denunciou alegadas ligações entre altos responsáveis e redes de narcotráfico. Fugiu para Moçambique, mas foi deportado e encontra-se atualmente detido.

A nova denúncia reacende o debate sobre a integridade das forças de investigação e o grau de independência das instituições responsáveis por combater o crime organizado em Angola.

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