O Banco Sol, uma das instituições privadas de referência em Angola, prepara-se para uma reestruturação profunda. Com a aprovação do seu Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR) pelo Banco Nacional de Angola (BNA), a instituição terá de reduzir cerca de 30% dos seus colaboradores ao longo dos próximos três anos.
Segundo uma nota oficial, o PRR foi desenvolvido pela nova administração, eleita em Abril de 2024, após um diagnóstico rigoroso da situação financeira e patrimonial do banco. Aprovado por unanimidade pelos accionistas, o plano estabelece um conjunto de medidas duras para garantir a recapitalização, optimização da estrutura operacional e fortalecimento da gestão de riscos.
Entre as principais medidas destacam-se:
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Redimensionamento das agências e unidades centrais;
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Venda de activos imobiliários não essenciais;
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Recuperação activa de crédito malparado;
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Dinamização do negócio de seguros;
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Aumento do capital social com novos aportes dos accionistas.
A reestruturação deverá ser concluída num prazo máximo de três anos e visa garantir a sustentabilidade do Banco Sol a longo prazo, assegurando o cumprimento dos rácios prudenciais exigidos pela regulação bancária angolana.
O BNA classificou a aprovação do plano como um "passo fundamental" para a recuperação e reposicionamento do Banco Sol no sistema financeiro nacional. A capitalização será feita exclusivamente com capitais privados, sem recursos a fundos públicos.
Contudo, para centenas de trabalhadores, a "reestruturação" será sinónimo de despedimento, um efeito colateral amargo numa tentativa de renascimento institucional.