Apesar do silêncio oficial, a corrida pela presidência do MPLA está em movimento. Segundo o Maka Angola, há vários nomes a posicionar-se discretamente para suceder João Lourenço, mesmo que o discurso interno continue a negar qualquer disputa em curso.
A sucessão de José Eduardo dos Santos foi clara, directa e incontestável. A de João Lourenço poderá não ter o mesmo desfecho pacífico. As resistências internas, alimentadas pela percepção da sua baixa popularidade eleitoral, podem gerar contestação assim que se confirmar o fim do seu ciclo. A realidade política de hoje é bem diferente daquela de há uma década: a base do partido está mais exigente, a crítica circula livremente nas redes sociais e os grupos de WhatsApp funcionam como verdadeiros termómetros de aceitação pública.
Com as eleições ainda distantes no calendário, mas cada vez mais próximas nas conversas de bastidores, o MPLA terá de decidir entre uma transição silenciosa e controlada ou a abertura para uma disputa real, que ponha à prova não só os nomes em ascensão, mas também a capacidade do partido de se reinventar.