A cidade de Luanda prepara-se para uma nova jornada de contestação popular. Está marcada para sábado, 12, uma manifestação pacífica contra a subida do preço dos combustíveis, com concentração no Mercado de São Paulo e marcha até à Assembleia Nacional.
“A manifestação é pura e simplesmente para reclamar contra a subida do preço dos combustíveis”, afirmou Adilson Manuel, porta-voz das organizações da sociedade civil, apelando ainda a uma atuação “patriótica” da Polícia Nacional, diante do que classificou como “situação dramática” para os cidadãos.
O movimento já conta com o apoio de dois partidos políticos: o PRA-JÁ Servir Angola, que incentivou “todos os membros e simpatizantes” a aderirem à marcha de forma ordeira, e o Partido Liberal (PL), liderado pelo activista Luís Castro. “É tempo de todos sairmos à rua e fazer pressão firme, para exigir os nossos direitos, defender a democracia e construir um futuro mais justo para todos os angolanos”, declarou Castro.
O ambiente de tensão é agravado por denúncias de passageiros sobre o encurtamento de rotas por parte dos taxistas, prática recorrente em zonas como Patriota, Rocha Pinto e Zango. Em resposta, o SIC prometeu agir com firmeza contra motoristas que explorem a crise para inflacionar os preços.
O aumento do gasóleo para 400 kwanzas por litro, segundo o Executivo, resulta da retirada gradual dos subsídios e do alinhamento aos valores do mercado internacional. Porém, nas ruas, o povo sente que é sempre o elo mais fraco a pagar a factura do “ajuste”.
