O ex-ministro do Interior, Eugénio Cesar Laborinho, levou a tribunal o cidadão Gerson Emanuel Quintas, conhecido como “Man Genas”, de 49 anos, e a sua esposa, acusando-os de calúnia e difamação.
O político pede que o casal seja condenado a oito anos de prisão efectiva e ao pagamento de uma indemnização de até 10 milhões de kwanzas, por alegadamente terem associado o seu nome a uma rede de narcotráfico em Angola.
Em tribunal, Laborinho, representado por uma equipa de advogados assistentes, afirmou nunca ter conhecido o arguido, a quem chamou de “cidadão criminoso” e membro de uma organização dedicada a assaltos e roubos de viaturas em Luanda. O ex-ministro alega que “Man Genas” terá compactuado com elementos ligados aos órgãos de defesa e segurança, incluindo funcionários do Ministério do Interior, para difamar a sua reputação.
Segundo Laborinho, as acusações de que teria liderado ou participado numa rede de narcotráfico são falsas. Já “Man Genas” afirmou que nunca se encontrou com o ex-ministro e que só mencionou o seu nome por considerar inverídicas as declarações deste, enquanto ministro, de que não havia envolvimento da Polícia Nacional no narcotráfico.
O arguido disse ainda que tais declarações o chocaram por ter recebido informações de traficantes de que Laborinho seria “pai grande” e que o seu então superior na investigação criminal não teria influência diante dele. Garantiu também possuir provas do envolvimento de altas patentes da PN no tráfico de drogas.
O julgamento, acompanhado por forte dispositivo de segurança da Polícia Nacional e do serviço penitenciário, integra ainda outros dois processos-crime contra “Man Genas” que deverão ser analisados separadamente.