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Sonho adiado: Governo adia Programa Nacional de Alimentação Escolar por falta de verbas

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), uma das iniciativas mais ambiciosas do Governo para combater a fome e melhorar os índices de aprendizagem no país, enfrenta sérios constrangimentos financeiros e teve o seu início adiado.

Segundo informações apuradas pelo Novo Jornal, o orçamento anual de 450 mil milhões de kwanzas destinado ao programa não será suficiente para a sua execução plena, e há indicações de que a verba poderá mesmo ser reduzida, comprometendo ainda mais a sua viabilidade.

O PNAE foi desenhado para beneficiar 5,4 milhões de crianças em mais de seis mil escolas do ensino primário, assegurando a distribuição de refeições diárias durante cinco dias por semana, ao longo de dez meses letivos. O custo unitário por refeição foi estimado em 376,82 kwanzas, refletindo o peso financeiro da operação num contexto de dificuldades orçamentais do Estado.

A suspensão do programa coloca em risco objetivos centrais como o combate à fome infantil, a redução das desigualdades sociais e a melhoria do rendimento escolar. Especialistas alertam que a má nutrição é uma das principais causas de abandono precoce e baixo desempenho académico, pelo que a não implementação do PNAE poderá comprometer metas de desenvolvimento educativo e social.

Para muitas famílias, sobretudo em zonas rurais e periféricas, a refeição escolar representaria não apenas um apoio nutricional vital, mas também um incentivo à permanência das crianças na escola. A indefinição orçamental deixa, assim, milhões de alunos em situação de incerteza, numa altura em que Angola continua a enfrentar altos índices de pobreza e insegurança alimentar.

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