Pedro Castro, especialista em aviação e gestão aeroportuária com mais de 25 anos de experiência, afirma nunca ter visto “um aeroporto ser inaugurado com toda a pompa e circunstância para logo depois ser fechado”.
Castro defende a criação de incentivos concretos para o surgimento de novas operadoras no mercado angolano e propõe a interligação entre os aeroportos domésticos, que considera “autênticos elefantes brancos”.
Segundo o especialista, “Angola tem um problema de mobilidade grave. É o sétimo maior país de África, mas sem rede de autoestradas eficiente nem ferrovia rápida. Qualquer deslocação, se não for feita por avião, é uma grande jornada.”
O especialista sublinha ainda que apenas Luanda e Benguela têm aeroportos com capacidade para receber voos internacionais, o que limita o desenvolvimento do país. Para ilustrar o contraste, cita os exemplos de sucesso da Ethiopian Airlines em Addis Abeba e da Royal Air Maroc em Casablanca, companhias que transformaram os seus aeroportos em verdadeiros hubs regionais.
“É preciso distinguir infraestrutura de modelo de negócio. Sem uma companhia aérea sólida, um aeroporto moderno não serve de nada”, afirma.
Sobre a TAAG, Pedro Castro é categórico: “É hora de fechar a TAAG. Nenhum privado aceitaria comprá-la, nem a um dólar.”