O Governo negou ter aprovado a compra de bandeiras no valor de 20 milhões de dólares para as comemorações dos 50 anos da Independência. Mas, como dizem nas ruas, "quem muito se explica..."
Através do Ministério da Administração do Território (MAT), o Governo, veio a público negar que tenha aprovado uma proposta de 20 milhões de dólares para a aquisição de bandeiras da República, inserida nas comemorações do cinquentenário da Independência Nacional. No entanto, os factos conhecidos até ao momento apontam para o contrário.
A notícia foi inicialmente avançada pelo Novo Jornal a 20 de Março, com base no Plano Anual de Contratação (PAC) do próprio MAT, assinado pelo ministro Dionísio Manuel da Fonseca no dia 18 de Fevereiro e publicado oficialmente dois dias depois. A polémica reacendeu-se esta semana após o desmentido do Executivo, que afirma que tal proposta "não foi aprovada".
Contudo, o referido PAC mantém-se inalterado no Portal da Contratação Pública, onde consta expressamente o valor e o objecto da contratação, a aquisição de bandeiras. O Novo Jornal manifestou estranheza com a nota do Ministério, lamentando que o desmentido tenha surgido apenas três semanas após a publicação da matéria, e sem qualquer alteração ou retirada do documento oficial.
Este episódio lança luz sobre a coerência, ou a falta dela, entre as decisões administrativas e a comunicação institucional em Angola. Afinal, se o plano foi assinado e tornado público, como se justifica o recuo sem rectificação documental?