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Presidência da República desafia Adalberto Costa Júnior a provar alegações de suborno

A Presidência da República rompeu o silêncio e respondeu com firmeza às acusações feitas por Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, que declarou ter sido abordado por supostos “emissários” do Chefe de Estado com o objectivo de o convencer a apoiar uma revisão constitucional que permitisse um terceiro mandato presidencial. O líder da oposição também sugeriu que Angola teria feito pagamentos para assumir a presidência da União Africana.


Num comunicado divulgado a 8 de Julho de 2025, a Secretaria de Imprensa do Presidente da República classifica as declarações como falsas, irresponsáveis e atentatórias à imagem das instituições democráticas. “Não corresponde à verdade que o Presidente tenha mandatado qualquer cidadão para tal abordagem”, lê-se no documento.

A nota lembra que a última revisão da Constituição aconteceu em 2021, numa altura em que o partido no poder detinha maioria qualificada suficiente para aprovar a reforma sozinho e, ainda assim, não previu tal alteração. A Presidência desafia Adalberto a apresentar provas concretas: nomes, circunstâncias e evidências da tentativa de suborno, sob pena de incorrer em responsabilidade civil e criminal.

Quanto à presidência da União Africana, o comunicado esclarece que Angola foi indicada no quadro da rotatividade da região SADC e aclamada por unanimidade pelos Chefes de Estado e de Governo, em Agosto de 2023. As insinuações de pagamento são classificadas como “anti-patrióticas” e desrespeitosas, não apenas para Angola, mas para a credibilidade da própria União Africana.

Num tom incisivo, o comunicado remete ainda para declarações anteriores do líder da UNITA, nomeadamente a célebre acusação sobre um alegado túnel que ligaria a CNE ao Palácio Presidencial. “Continua a ser exigido ao seu autor que prove a sua existência, sendo encorajado que se acompanhe da comunicação social para com ele percorrer o referido túnel”, afirma o documento, num fecho carregado de ironia.

A resposta oficial marca mais um capítulo tenso no ambiente político nacional, elevando a temperatura num ano em que Angola celebra 50 anos de independência.

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