O Fundo Monetário Internacional (FMI) manifestou preocupação com a decisão do Governo angolano de adiar para 2028 a reforma dos subsídios aos combustíveis, um processo que a instituição recomenda que seja concluído até 2025.
De acordo com a nota da avaliação Pós-Financiamento de 2025, recentemente concluída, o FMI considera que a postergação dessa medida aumenta os riscos para a sustentabilidade fiscal do país e pode comprometer a capacidade de Angola em honrar os seus compromissos financeiros com o Fundo.
O Conselho de Administração do FMI destacou que a eliminação gradual dos subsídios deve ser acompanhada de políticas de mitigação voltadas para os grupos mais vulneráveis e de uma estratégia de comunicação clara e consistente. O objetivo é garantir que a população compreenda os motivos da reforma e se evite instabilidade social.
Além disso, a instituição recomendou que Angola acelere reformas estruturais na gestão das finanças públicas, particularmente no reforço da transparência fiscal, na prevenção da acumulação de atrasados e na melhoria da eficiência da despesa pública.
O FMI reconheceu que a capacidade de reembolso de Angola permanece adequada, mas alertou que os riscos estão a aumentar em função do atraso da reforma dos subsídios. Para o Fundo, a sustentabilidade da dívida e a confiança dos investidores dependem diretamente da execução atempada dessas reformas.